Friday, September 30, 2005

Tipos de letras

SimplytheBest Fonts library

Já que falamos de letras, um colega de trabalho indicou-me este site fabuloso cheio de tipos de letras gratuitos para encher o disco rígido.

Thursday, September 29, 2005

Estudo da Letra I

O estudo da letra, uma unidade de trabalho tradicionalmente abordada antes da construção de uma capa de trabalho, é um trabalho que envolve várias componentes, que se desenvolvem em várias fases. A primeira fase é de pesquisa, para que os alunos tomem consciência da diversidade de desenhos de letra que são possíveis. A segunda fase é a de criação de um tipo de letra normalizado, que serve como introdução a um método de traçado rigoroso de letras. A terceira fase terá de ser, obrigatóriamente, de criação: misturando influências que vão do grafitti aos tipos de letras visualizáveis em revistas e no computador, os alunos terão de criar a sua própria letra. Nestes últimos anos, aproveitando a propagação de poderosas ferramentas informáticas de tratamento de imagem, tenho optado por realizar esta terceira fase utilizando o Photoshop, que permite uma liberdade criativa que o suporte tradicional não permite.

Em termos teóricos, os alunos deverão ficar a saber algumas regras básicas sobre a utilização gráfica da letra:

- A adequação do tipo de letra: para permitir uma fácil leitura a letra deve ser simples.
Também as letras de fantasia, desde que bem estudadas, podem reforçar o
sentido da palavra sem perderem a sua legibilidade.

- A adequação do tamanho da letra: O tamanho das letras deve adequar-se ao fim a que se destina. Há dois tipos de letras que à partida dificultam a leitura do texto, é o caso dasletras altas e magras ou baixas e gordas,letras a evitar.

- A adequação do espaçamento entre letras: Os espaços devem ser curtos e sempre idênticos, só variando em função da letra e do seu desenho.

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Caixa de Letra

As metodologias de construção rigorosa variam de acordo com o nível etário. Com os alunos de quinto ano, como forma de estimulação da motricidade fina através de exercícios rigorosos (aqueles gestos para nós tão simples como traçar uma linha direita ou segurar numa régua, mas por vezes tão difíceis naquelas pequenas mãos), pode-se optar pelo traçado de letras em quadrícula (ou linhas-guia, ou caixa de letra), duas ou mais linhas rectas ou curvas, paralelas entre si, o que permite manter a mesma altura e largura de letra. A utilização de papel quadriculado torna este exercício mais simples.

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Pauta

Para alunos de sexto ano, com maiores capacidades gráficas, pode-se optar pelo traçado de uma pauta, através da qual se consegue manter os espaços e os tamanhos das letras com grande rigor, independentemente do tamanho da superfície onde se pretende desenhar as letras.As pautas podem ter as dimensões que se quiser, desde que se respeite a legibilidade das letras. A pauta tem como vantagem a sua liberdade: o espaço interior da pauta pode servir para representar qualquer tipo de letra.

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Com os alunos de quinto ano, como actividade introdutória que também tem o objectivo de estimular a correcta utilização da tesoura, pode-se realizar uma actividade de recorte e colagem, o "escrever o nome com uma tesoura": os alunos têm de pesquisar, em jornais e revistas, letras do seu nome, recortando-as cuidadosament pelo contorno, e realizando uma colagem. Os alunos devem apenas dar atenção às variadas formas das letras. Os professores deverão dar atenção à forma como os alunos utilizam a tesoura e executam recortes, para indiciar possíveis dificuldades ao nível da motricidade fina.

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A proposta deste trabalho aos alunos gera sempre uns olhares supreendidos. No fim de contas, escrever com uma tesoura parece um contra-senso.



Materiais: folha A4, tesoura, cola, jornais e revistas

Wednesday, September 28, 2005

Desenho-Espelho

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Uma actividade de desenho que ajuda a introduzir técnicas de pintura com lápis de cor e canetas de feltro e estimula a imaginação. A premissa é simples: a cada aluno é dado um fragmento de uma fotografia, retirada de uma revista. O desafio colocado ao aluno é o de continuar a imagem que está no fragmento de fotografia. Não interessa conhecer a imagem total. O desafio desta actividade está no imaginar o que estará para além do espaço da foto, sem que se perca o contexto da imagem original.

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Materiais: folhas A4, cola, lápis, lápis de cor ou canetas de feltro, imagens para fragmentar.

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Thursday, September 22, 2005

Experiências Gráficas com Linhas

Materiais: folhas A4, lápis HB, lápis de cor ou canetas de feltro.

O primeiro post neste blog é sobre um dos primeiros trabalhos que desenvolvo com os meus alunos logo no início do ano. Serve como diagnóstico, para avaliar as capacidades gráficas e conhecimentos prévios dos alunos no âmbito da disciplina; serve, também, como uma introdução a conceitos programáticos como linha, forma, cor e textura. E, fundamentalmente, serve para estabelecer a sala de aula de Educação Visual e Tecnológica como um espaço criativo e experimental, onde os grafismos estereotipados e as ideias feitas não têm lugar.

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A primeira fase do trabalho consiste numa conversa com os alunos. Diz-se-lhes que têm de imaginar que anda uma linha a voar pela sala de aula; mas não é uma linha direita, é uma linha que sobe e desce, que se entrelaça como uma montanha russa. Têm de fechar os olhos, colocar o lápis sobre o papel, e capturar a linha que anda por aí à solta no papel. Uma vez a linha capturada, devem os alunos deixar que a linha se passeie pela folha de papel, descrevendo curvas e curvas, deixando que a linha defina espaços, até que é dada a ordem de saída, e a linha é libertada, saindo das folhas dos alunos e regressando ao espaço.

Nos quintos anos, esta introdução resulta bem - os rostos dos alunos espelham um ar de encantamento, especialmente se o professor der um certo ar teatral ao discurso. Nos sextos anos, os alunos têm uma certa tendência para olhar para nós com aquele ar divertido do tipo "este stôr passou-se".

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Esta conversa com os alunos é fulcral para que a actividade decorra bem. Convém demonstrar no quadro o que se vai fazer à linha quando esta estiver sobre o papel. Assim os alunos percebem que têm de soltar as mãos e deixar a linha correr ao longo do papel, livremente, sem se preocuparem em concretizar a linha em formas reconhecíveis. Durante a conversa, pode-se falar aos alunos sobre a diferença entre trabalhos abstractos e trabalhos concretos, como forma de os libertar perante a estranheza do desenho que irão produzir.

O professor dá o início, dizendo aos alunos que podem começar a "raptar" a linha para a sua folha de trabalho, e decide quando termina este "rapto", indicando aos alunos que podem "libertar" as linhas.

A linha gera forma, e as convuluções da linha no papel geram inúmeras formas e espaços interiores que os alunos terão de preencher quer com manchas de cor, quer com linhas a indiciar texturas. Para o segundo caso, convém exemplificar dando alguns exemplos de texturas possíveis. Esta é a segunda fase do trabalho, concretizada após os alunos terem desenhado a linha na sua folha de trabalho, ocupando o maior espaço possível de folha (não usem A3, a menos que estejam com vontade de perder duas ou três aulas).

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Na terceira fase do trabalho, utilizando o preto, os alunos fazem sobressair a linha original, que inevitávelmente estará perdida no meio de tantas formas.

Educação Visual e Tecnológica

Ao longo dos meus anos de trabalho como professor de Educação Visual e Tecnológica, tenho desenvolvido imensas ideias e projectos cujo único registo são as inúteis planificações, cuja única razão de ser está em encher dossiers de arquivo nas escolas por onde passei. Este ano, vou tentar um projecto diferente: criar um blog (mais um) onde vou registar as actividades que desenvolvo na disciplina, e outros projectos menos estruturados que desenvolvo em Àrea de Projecto.

Quero também com este blog colmatar uma falha básica do pensamento pedagógico português: trocam-se experiências, divulgam-se actividades, mas nunca se trocam ideias. Tentem consultar qualquer uma das muitas obras pedagógicas sobre educação pela arte à procura de ideias concretas para desenvolverem trabalhos e percebem o que eu quero dizer. Este novo blog não tem qualquer espaço para teorias; trata-se aqui de registar trabalhos práticos, registando os trabalhos desenvolvidos na disciplina, e deixando ideias para quem delas necessitar e este blog encontrar.