Materiais: cola branca (muita), água, alguidares, jornais, fita-cola, tintas, trinchas, pinceis.
Este é um dos trabalhos que mais me agrada desenvolver com os alunos. Tem um pouco de tudo: desenho, pintura, modelação. Estimula a criatividade, e é sempre um gosto ver a reacção das crianças quando descobrem que o que as suas mãos conseguem modelar está a crescer, a tomar forma, perante os seus olhos. Há alguns cuidados a ter neste trabalho: o manuseamento de cola branca e de tintas deve obdecer a regras muito específicas, pois este é um trabalho com potencial para deixar uma sala encardida e os alunos e professores com roupas inutilizadas.
O primeiro passo é planear o que se pretende modelar. Esta é fase clássica do trabalho, que requer que os alunos desenhem e pintem exemplos do que planeiam construir. Enquanto esta fase se desenvolve, os alunos podem ser rodados em grupos que vão preparar os materiais de trabalho, rasgando folhas de jornal em tiras.
A segunda fase do trabalho é a modelação da estrutura da figura. Começa-se por enrolar jornal em bolas, que se vão agrupando, tentando dar a forma da figura que se quer modelar. Vai-se embrulhando as bolas de jornal em folhas de jornal, para dar mais volume à figura. Partes como cabeças, patas, caudas, asas, narizes ou orelhas são modeladas à parte - as formas mais planas (como asas ou orelhas) podem ser recortadas em cartão e posteriormente aplicadas na estrutura da figura modelada. A forma, deliberadamente modelada com algum cuidado, mas de uma forma tosca, é enrolada com fita cola, para fixar os jornais amarfanhados no lugar.
Quando a forma a modelar se encontra razoávelmente definida, é tempo de passar à fase seguinte.
Num alguidar, vaza-se uma mistura de cola branca (cola para madeira) e àgua. Não convém que a mistura fique muito líquida. Os alunos mergulham na mistura de àgua e cola branca as tiras de jornal préviamente cortadas e vão aplicando, cuidadosamente, sobre a estrutura da figura. Para que se obtenha uma boa modelação, com a devida rigidez, os alunos deverão ir cruzando as tiras. Normalmente, uma figura precisa de duas ou três camadas de tiras embebidas em cola branca até ficar pronta. Embora a aplicação das tiras deva ser realizada em cruzamento, as variações nas formas obrigarão a que se modelem cuidadosamente as tiras. Na terceira aplicação, os alunos terão de ter muita atenção, para que sejam eliminadas imperfeições.
Após a secagem das figuras, os alunos passam à fase da pintura. Uma só passagem de tinta não costuma resultar - as transparências permitem ver o jornal. Duas demãos de tinta costumam chegar. Com trinchas, os alunos pintam as grandes àreas das figuras modeladas, e com pinceis finos os detalhes que entenderem.
Para terminar, dá-se à figura uma passagem com verniz para madeiras, para dar brilho às figuras.
Saturday, November 12, 2005
Sunday, October 30, 2005
Capa de Trabalhos
Os trabalhos sobre a letra e o símbolo têm aplicação imediata na capa para os trabalhos dos alunos. No sexto ano, o desenho e construção de uma capa não me parece necessária, mas no quinto ano, este é um daqueles trabalhos que é excelente para se introduzir o trabalho com régua e esquadro, as noções de rigor, de projecto de trabalho e medições.
No entanto, não complico. Existem inúmeros modelos de capas de trabalho que se podem construir a partir de judiciosos cortes e dobragens de cartolinas ou outros materiais. Mas sendo a capa de trabalhos um objecto cuja função é a de guardar os trabalhos dos alunos, opto por um desenho simples, que os alunos conseguem construir com grande facilidade.
Na imagem acima, as únicas medidas que coloquei são as dos cortes/dobragens para as abas da capa. As restantes terão de ser conseguidas a partir das medidas de uma cartolina, que variam sempre em alguns milímetros.
A capa é simples: implica apenas o traçar das medidas na cartolina, traçar as linhas de corte e dobragem, fazer os cortes e dobragens (aconselho x-actos) e colar as abas ao interior da capa. O resultado final é uma bolsa que guarda com facilidade os trabalhos dos alunos e o bloco A3.
Sobre o rosto da capa aplicam-se o nome (estudo da letra) e o símbolo. Para reforçar, pode-se proteger as abas e as aplicações com papel autocolante transparente.
No entanto, não complico. Existem inúmeros modelos de capas de trabalho que se podem construir a partir de judiciosos cortes e dobragens de cartolinas ou outros materiais. Mas sendo a capa de trabalhos um objecto cuja função é a de guardar os trabalhos dos alunos, opto por um desenho simples, que os alunos conseguem construir com grande facilidade.
Na imagem acima, as únicas medidas que coloquei são as dos cortes/dobragens para as abas da capa. As restantes terão de ser conseguidas a partir das medidas de uma cartolina, que variam sempre em alguns milímetros.
A capa é simples: implica apenas o traçar das medidas na cartolina, traçar as linhas de corte e dobragem, fazer os cortes e dobragens (aconselho x-actos) e colar as abas ao interior da capa. O resultado final é uma bolsa que guarda com facilidade os trabalhos dos alunos e o bloco A3.
Sobre o rosto da capa aplicam-se o nome (estudo da letra) e o símbolo. Para reforçar, pode-se proteger as abas e as aplicações com papel autocolante transparente.
O Símbolo
Este é o trabalho que eu proponho com mais relutância aos meus alunos. Todos os professores são assim - têm alguma parte dos conteúdos da disciplina que prefeririam não ter de abordar. No meu caso, é o símbolo. Tenho esta relutância porque vivemos rodeados de símbolos, desde os que nos regulamentam na estrada às marcas estampadas nos objectos que nos rodeiam e nas roupas que vestimos. Torna-se difícil aos alunos ultrapassar as imagens icónicas que eles desejam e admiram e compreenderem a noção do que é um símbolo, nesta fase como algo mais pessoal. Por outro lado, é precisamente por causa dessa preponderância de imagens icónicas na vida contemporânea que é importante falar dos símbolos, dando assim algumas armas aos alunos para que eles sejam capazes de desconstruir a iconografia que lhes é suavemente imposta pelos gabinetes de marketing das empresas.
A primeira fase do trabalho é uma conversa em que são exploradas as noções de símbolo (imagem de marca e de identidade ), sinal (imagem que transmite uma informação uniforme baseada num código comum a todos), indício (imagens que sugerem uma acção ou acontecimento) e ícone (imagem muito simplificada para que se perceba rápidamente o que se quer comunicar). É aqui que se aborda a importância económica dos logotipos (uma forma de símbolo), através da consciêncialização de que um mesmo objecto pode ser apelativo ou não, dependendo do logotipo que tiver. Os símbolos são importantes afirmações sobre estilos de vida e filosofias pessoais, e o usar um símbolo transmite sobre nós num relance muita informação sobre como somos e quem somos. Como trabalho de consolidação, os alunos podem fazer uma recolha em jornais e revistas de símbolos variados, desde os logotipos de marcas aos símbolos de clubes de futebol ou de signos astrológicos.
A segunda fase do trabalho consiste no esboçar de ideias para símbolos. Aos alunos são dados dois caminhos possíveis. Em primeiro lugar, pode-se optar pela criação de um desenho simples através de uma exploração dos seus gostos e desejos (o aluno que gosta de ler, de computadores e de jogar à bola pode criar um símbolo que conjugue esses elementos visuais). Se o aluno tiver dificuldades em trabalhar a partir da primeira sugestão, pode pegar nas primeiras letras do seu nome, conjugando-as com linhas e cores para criar um símbolo a partir desses elementos.
A terceira fase do trabalho é um estudo das cores possíveis para o símbolo. Após o aluno ter criado a imagem que pretende que seja o seu símbolo, deverá estudar diversas alternativas e combinações de cores, para escolher a mais eficaz.
Para terminar, os alunos realizam em folha A4 uma esquadria simples de 1 cm. Sobre essa folha de projecto, desenham por uma última vez o seu símbolo final, tendo em atenção dois pormenores: o símbolo tem de estar centrado na folha, e o tamanho do símbolo deve aproveitar bem o espaço da folha de trabalho (tendo em conta, claro, as características visuais do símbolo).
A primeira fase do trabalho é uma conversa em que são exploradas as noções de símbolo (imagem de marca e de identidade ), sinal (imagem que transmite uma informação uniforme baseada num código comum a todos), indício (imagens que sugerem uma acção ou acontecimento) e ícone (imagem muito simplificada para que se perceba rápidamente o que se quer comunicar). É aqui que se aborda a importância económica dos logotipos (uma forma de símbolo), através da consciêncialização de que um mesmo objecto pode ser apelativo ou não, dependendo do logotipo que tiver. Os símbolos são importantes afirmações sobre estilos de vida e filosofias pessoais, e o usar um símbolo transmite sobre nós num relance muita informação sobre como somos e quem somos. Como trabalho de consolidação, os alunos podem fazer uma recolha em jornais e revistas de símbolos variados, desde os logotipos de marcas aos símbolos de clubes de futebol ou de signos astrológicos.
A segunda fase do trabalho consiste no esboçar de ideias para símbolos. Aos alunos são dados dois caminhos possíveis. Em primeiro lugar, pode-se optar pela criação de um desenho simples através de uma exploração dos seus gostos e desejos (o aluno que gosta de ler, de computadores e de jogar à bola pode criar um símbolo que conjugue esses elementos visuais). Se o aluno tiver dificuldades em trabalhar a partir da primeira sugestão, pode pegar nas primeiras letras do seu nome, conjugando-as com linhas e cores para criar um símbolo a partir desses elementos.
A terceira fase do trabalho é um estudo das cores possíveis para o símbolo. Após o aluno ter criado a imagem que pretende que seja o seu símbolo, deverá estudar diversas alternativas e combinações de cores, para escolher a mais eficaz.
Para terminar, os alunos realizam em folha A4 uma esquadria simples de 1 cm. Sobre essa folha de projecto, desenham por uma última vez o seu símbolo final, tendo em atenção dois pormenores: o símbolo tem de estar centrado na folha, e o tamanho do símbolo deve aproveitar bem o espaço da folha de trabalho (tendo em conta, claro, as características visuais do símbolo).
Tuesday, October 25, 2005
Estudo da Letra II
Para terminar o estudo da letra, os alunso rentabilizam as novas tecnologias. Se os exercícios manuais estimulam a motricidade fina, e alguma criatividade gráfica, frente ao computador o exercício torna-se num estímulo de descoberta criativa.
Para fugir à ditadura do que já existe, os alunos não utilizam os programas a que já estão habituados (como o Microsoft Word). O objectivo aqui é estimular a descoberta e não produzir textos. Assim, coloco os alunos frente ao Adobe Photoshop.
O Photoshop é um programa complexo, que oferece multiplas funcionalidades de nível profissional. Como estou a introduzir alunos de quinto e sexto ano ao programa, não me interessa uma exploração exaustiva das suas capacidades. As noções que abordo, quando coloco os alunos frente ao interface do photoshop, são um reconhecimento das ferramentas, com especial incidência à ferramenta Type e à ferramenta Move, um reconhecimento das paletas de cor e estilos, e um reconhecimento das layers (camadas).
O segundo passo está em demonstrar como os alunos podem escrever, usando a ferramenta Type e alterando o tipo de letra e o corpo de letra à sua vontade. Mostrar que o Photoshop permite que a letra tenha até 999 pontos de corpo costuma produzir exclamações de surpresa por parte dos alunos. O conceito-chave é explorar diferentes tamanhos e tipos de letra.
Em seguida, tendo os alunos escrito o seu nome em duas layers diferentes, uma vez a preto e outra numa cor à escolha, o desafio está em experimentar filtros sobre a letra a preto. Costumo apostar nos filtros de desfocagem (blur) e distorção (distort). É explicado aos alunos que devem explorar à sua vontade, e que sempre que não gostem do resultado devem recorrer ao comando edit->undo, ou à combinação de teclas Ctrl+Z.
O último passo está na composição de uma imagem final com os efeitos obtidos, que poderá passar pela sobreposição da layer com o nome a cores sobre o resultado dos filtros, ou uma exploração dos estilos pré definidos, que se podem aplicar simplesmente clicando nos ícones disponíveis no separador Styles, na paleta das cores.
A seguir é só imprimir, recortar e colar na capa de trabalhos.
Friday, September 30, 2005
Tipos de letras
SimplytheBest Fonts library
Já que falamos de letras, um colega de trabalho indicou-me este site fabuloso cheio de tipos de letras gratuitos para encher o disco rígido.
Já que falamos de letras, um colega de trabalho indicou-me este site fabuloso cheio de tipos de letras gratuitos para encher o disco rígido.
Thursday, September 29, 2005
Estudo da Letra I
O estudo da letra, uma unidade de trabalho tradicionalmente abordada antes da construção de uma capa de trabalho, é um trabalho que envolve várias componentes, que se desenvolvem em várias fases. A primeira fase é de pesquisa, para que os alunos tomem consciência da diversidade de desenhos de letra que são possíveis. A segunda fase é a de criação de um tipo de letra normalizado, que serve como introdução a um método de traçado rigoroso de letras. A terceira fase terá de ser, obrigatóriamente, de criação: misturando influências que vão do grafitti aos tipos de letras visualizáveis em revistas e no computador, os alunos terão de criar a sua própria letra. Nestes últimos anos, aproveitando a propagação de poderosas ferramentas informáticas de tratamento de imagem, tenho optado por realizar esta terceira fase utilizando o Photoshop, que permite uma liberdade criativa que o suporte tradicional não permite.
Em termos teóricos, os alunos deverão ficar a saber algumas regras básicas sobre a utilização gráfica da letra:
- A adequação do tipo de letra: para permitir uma fácil leitura a letra deve ser simples.
Também as letras de fantasia, desde que bem estudadas, podem reforçar o
sentido da palavra sem perderem a sua legibilidade.
- A adequação do tamanho da letra: O tamanho das letras deve adequar-se ao fim a que se destina. Há dois tipos de letras que à partida dificultam a leitura do texto, é o caso dasletras altas e magras ou baixas e gordas,letras a evitar.
- A adequação do espaçamento entre letras: Os espaços devem ser curtos e sempre idênticos, só variando em função da letra e do seu desenho.
Caixa de Letra
As metodologias de construção rigorosa variam de acordo com o nível etário. Com os alunos de quinto ano, como forma de estimulação da motricidade fina através de exercícios rigorosos (aqueles gestos para nós tão simples como traçar uma linha direita ou segurar numa régua, mas por vezes tão difíceis naquelas pequenas mãos), pode-se optar pelo traçado de letras em quadrícula (ou linhas-guia, ou caixa de letra), duas ou mais linhas rectas ou curvas, paralelas entre si, o que permite manter a mesma altura e largura de letra. A utilização de papel quadriculado torna este exercício mais simples.
Pauta
Para alunos de sexto ano, com maiores capacidades gráficas, pode-se optar pelo traçado de uma pauta, através da qual se consegue manter os espaços e os tamanhos das letras com grande rigor, independentemente do tamanho da superfície onde se pretende desenhar as letras.As pautas podem ter as dimensões que se quiser, desde que se respeite a legibilidade das letras. A pauta tem como vantagem a sua liberdade: o espaço interior da pauta pode servir para representar qualquer tipo de letra.
Com os alunos de quinto ano, como actividade introdutória que também tem o objectivo de estimular a correcta utilização da tesoura, pode-se realizar uma actividade de recorte e colagem, o "escrever o nome com uma tesoura": os alunos têm de pesquisar, em jornais e revistas, letras do seu nome, recortando-as cuidadosament pelo contorno, e realizando uma colagem. Os alunos devem apenas dar atenção às variadas formas das letras. Os professores deverão dar atenção à forma como os alunos utilizam a tesoura e executam recortes, para indiciar possíveis dificuldades ao nível da motricidade fina.
A proposta deste trabalho aos alunos gera sempre uns olhares supreendidos. No fim de contas, escrever com uma tesoura parece um contra-senso.
Materiais: folha A4, tesoura, cola, jornais e revistas
Em termos teóricos, os alunos deverão ficar a saber algumas regras básicas sobre a utilização gráfica da letra:
- A adequação do tipo de letra: para permitir uma fácil leitura a letra deve ser simples.
Também as letras de fantasia, desde que bem estudadas, podem reforçar o
sentido da palavra sem perderem a sua legibilidade.
- A adequação do tamanho da letra: O tamanho das letras deve adequar-se ao fim a que se destina. Há dois tipos de letras que à partida dificultam a leitura do texto, é o caso dasletras altas e magras ou baixas e gordas,letras a evitar.
- A adequação do espaçamento entre letras: Os espaços devem ser curtos e sempre idênticos, só variando em função da letra e do seu desenho.
Caixa de Letra
As metodologias de construção rigorosa variam de acordo com o nível etário. Com os alunos de quinto ano, como forma de estimulação da motricidade fina através de exercícios rigorosos (aqueles gestos para nós tão simples como traçar uma linha direita ou segurar numa régua, mas por vezes tão difíceis naquelas pequenas mãos), pode-se optar pelo traçado de letras em quadrícula (ou linhas-guia, ou caixa de letra), duas ou mais linhas rectas ou curvas, paralelas entre si, o que permite manter a mesma altura e largura de letra. A utilização de papel quadriculado torna este exercício mais simples.
Pauta
Para alunos de sexto ano, com maiores capacidades gráficas, pode-se optar pelo traçado de uma pauta, através da qual se consegue manter os espaços e os tamanhos das letras com grande rigor, independentemente do tamanho da superfície onde se pretende desenhar as letras.As pautas podem ter as dimensões que se quiser, desde que se respeite a legibilidade das letras. A pauta tem como vantagem a sua liberdade: o espaço interior da pauta pode servir para representar qualquer tipo de letra.
Com os alunos de quinto ano, como actividade introdutória que também tem o objectivo de estimular a correcta utilização da tesoura, pode-se realizar uma actividade de recorte e colagem, o "escrever o nome com uma tesoura": os alunos têm de pesquisar, em jornais e revistas, letras do seu nome, recortando-as cuidadosament pelo contorno, e realizando uma colagem. Os alunos devem apenas dar atenção às variadas formas das letras. Os professores deverão dar atenção à forma como os alunos utilizam a tesoura e executam recortes, para indiciar possíveis dificuldades ao nível da motricidade fina.
A proposta deste trabalho aos alunos gera sempre uns olhares supreendidos. No fim de contas, escrever com uma tesoura parece um contra-senso.
Materiais: folha A4, tesoura, cola, jornais e revistas
Wednesday, September 28, 2005
Desenho-Espelho
Uma actividade de desenho que ajuda a introduzir técnicas de pintura com lápis de cor e canetas de feltro e estimula a imaginação. A premissa é simples: a cada aluno é dado um fragmento de uma fotografia, retirada de uma revista. O desafio colocado ao aluno é o de continuar a imagem que está no fragmento de fotografia. Não interessa conhecer a imagem total. O desafio desta actividade está no imaginar o que estará para além do espaço da foto, sem que se perca o contexto da imagem original.
Materiais: folhas A4, cola, lápis, lápis de cor ou canetas de feltro, imagens para fragmentar.
Thursday, September 22, 2005
Experiências Gráficas com Linhas
Materiais: folhas A4, lápis HB, lápis de cor ou canetas de feltro.
O primeiro post neste blog é sobre um dos primeiros trabalhos que desenvolvo com os meus alunos logo no início do ano. Serve como diagnóstico, para avaliar as capacidades gráficas e conhecimentos prévios dos alunos no âmbito da disciplina; serve, também, como uma introdução a conceitos programáticos como linha, forma, cor e textura. E, fundamentalmente, serve para estabelecer a sala de aula de Educação Visual e Tecnológica como um espaço criativo e experimental, onde os grafismos estereotipados e as ideias feitas não têm lugar.
A primeira fase do trabalho consiste numa conversa com os alunos. Diz-se-lhes que têm de imaginar que anda uma linha a voar pela sala de aula; mas não é uma linha direita, é uma linha que sobe e desce, que se entrelaça como uma montanha russa. Têm de fechar os olhos, colocar o lápis sobre o papel, e capturar a linha que anda por aí à solta no papel. Uma vez a linha capturada, devem os alunos deixar que a linha se passeie pela folha de papel, descrevendo curvas e curvas, deixando que a linha defina espaços, até que é dada a ordem de saída, e a linha é libertada, saindo das folhas dos alunos e regressando ao espaço.
Nos quintos anos, esta introdução resulta bem - os rostos dos alunos espelham um ar de encantamento, especialmente se o professor der um certo ar teatral ao discurso. Nos sextos anos, os alunos têm uma certa tendência para olhar para nós com aquele ar divertido do tipo "este stôr passou-se".
Esta conversa com os alunos é fulcral para que a actividade decorra bem. Convém demonstrar no quadro o que se vai fazer à linha quando esta estiver sobre o papel. Assim os alunos percebem que têm de soltar as mãos e deixar a linha correr ao longo do papel, livremente, sem se preocuparem em concretizar a linha em formas reconhecíveis. Durante a conversa, pode-se falar aos alunos sobre a diferença entre trabalhos abstractos e trabalhos concretos, como forma de os libertar perante a estranheza do desenho que irão produzir.
O professor dá o início, dizendo aos alunos que podem começar a "raptar" a linha para a sua folha de trabalho, e decide quando termina este "rapto", indicando aos alunos que podem "libertar" as linhas.
A linha gera forma, e as convuluções da linha no papel geram inúmeras formas e espaços interiores que os alunos terão de preencher quer com manchas de cor, quer com linhas a indiciar texturas. Para o segundo caso, convém exemplificar dando alguns exemplos de texturas possíveis. Esta é a segunda fase do trabalho, concretizada após os alunos terem desenhado a linha na sua folha de trabalho, ocupando o maior espaço possível de folha (não usem A3, a menos que estejam com vontade de perder duas ou três aulas).
Na terceira fase do trabalho, utilizando o preto, os alunos fazem sobressair a linha original, que inevitávelmente estará perdida no meio de tantas formas.
O primeiro post neste blog é sobre um dos primeiros trabalhos que desenvolvo com os meus alunos logo no início do ano. Serve como diagnóstico, para avaliar as capacidades gráficas e conhecimentos prévios dos alunos no âmbito da disciplina; serve, também, como uma introdução a conceitos programáticos como linha, forma, cor e textura. E, fundamentalmente, serve para estabelecer a sala de aula de Educação Visual e Tecnológica como um espaço criativo e experimental, onde os grafismos estereotipados e as ideias feitas não têm lugar.
A primeira fase do trabalho consiste numa conversa com os alunos. Diz-se-lhes que têm de imaginar que anda uma linha a voar pela sala de aula; mas não é uma linha direita, é uma linha que sobe e desce, que se entrelaça como uma montanha russa. Têm de fechar os olhos, colocar o lápis sobre o papel, e capturar a linha que anda por aí à solta no papel. Uma vez a linha capturada, devem os alunos deixar que a linha se passeie pela folha de papel, descrevendo curvas e curvas, deixando que a linha defina espaços, até que é dada a ordem de saída, e a linha é libertada, saindo das folhas dos alunos e regressando ao espaço.
Nos quintos anos, esta introdução resulta bem - os rostos dos alunos espelham um ar de encantamento, especialmente se o professor der um certo ar teatral ao discurso. Nos sextos anos, os alunos têm uma certa tendência para olhar para nós com aquele ar divertido do tipo "este stôr passou-se".
Esta conversa com os alunos é fulcral para que a actividade decorra bem. Convém demonstrar no quadro o que se vai fazer à linha quando esta estiver sobre o papel. Assim os alunos percebem que têm de soltar as mãos e deixar a linha correr ao longo do papel, livremente, sem se preocuparem em concretizar a linha em formas reconhecíveis. Durante a conversa, pode-se falar aos alunos sobre a diferença entre trabalhos abstractos e trabalhos concretos, como forma de os libertar perante a estranheza do desenho que irão produzir.
O professor dá o início, dizendo aos alunos que podem começar a "raptar" a linha para a sua folha de trabalho, e decide quando termina este "rapto", indicando aos alunos que podem "libertar" as linhas.
A linha gera forma, e as convuluções da linha no papel geram inúmeras formas e espaços interiores que os alunos terão de preencher quer com manchas de cor, quer com linhas a indiciar texturas. Para o segundo caso, convém exemplificar dando alguns exemplos de texturas possíveis. Esta é a segunda fase do trabalho, concretizada após os alunos terem desenhado a linha na sua folha de trabalho, ocupando o maior espaço possível de folha (não usem A3, a menos que estejam com vontade de perder duas ou três aulas).
Na terceira fase do trabalho, utilizando o preto, os alunos fazem sobressair a linha original, que inevitávelmente estará perdida no meio de tantas formas.
Educação Visual e Tecnológica
Ao longo dos meus anos de trabalho como professor de Educação Visual e Tecnológica, tenho desenvolvido imensas ideias e projectos cujo único registo são as inúteis planificações, cuja única razão de ser está em encher dossiers de arquivo nas escolas por onde passei. Este ano, vou tentar um projecto diferente: criar um blog (mais um) onde vou registar as actividades que desenvolvo na disciplina, e outros projectos menos estruturados que desenvolvo em Àrea de Projecto.
Quero também com este blog colmatar uma falha básica do pensamento pedagógico português: trocam-se experiências, divulgam-se actividades, mas nunca se trocam ideias. Tentem consultar qualquer uma das muitas obras pedagógicas sobre educação pela arte à procura de ideias concretas para desenvolverem trabalhos e percebem o que eu quero dizer. Este novo blog não tem qualquer espaço para teorias; trata-se aqui de registar trabalhos práticos, registando os trabalhos desenvolvidos na disciplina, e deixando ideias para quem delas necessitar e este blog encontrar.
Quero também com este blog colmatar uma falha básica do pensamento pedagógico português: trocam-se experiências, divulgam-se actividades, mas nunca se trocam ideias. Tentem consultar qualquer uma das muitas obras pedagógicas sobre educação pela arte à procura de ideias concretas para desenvolverem trabalhos e percebem o que eu quero dizer. Este novo blog não tem qualquer espaço para teorias; trata-se aqui de registar trabalhos práticos, registando os trabalhos desenvolvidos na disciplina, e deixando ideias para quem delas necessitar e este blog encontrar.
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