Sunday, October 30, 2005

Capa de Trabalhos

Os trabalhos sobre a letra e o símbolo têm aplicação imediata na capa para os trabalhos dos alunos. No sexto ano, o desenho e construção de uma capa não me parece necessária, mas no quinto ano, este é um daqueles trabalhos que é excelente para se introduzir o trabalho com régua e esquadro, as noções de rigor, de projecto de trabalho e medições.

No entanto, não complico. Existem inúmeros modelos de capas de trabalho que se podem construir a partir de judiciosos cortes e dobragens de cartolinas ou outros materiais. Mas sendo a capa de trabalhos um objecto cuja função é a de guardar os trabalhos dos alunos, opto por um desenho simples, que os alunos conseguem construir com grande facilidade.

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Na imagem acima, as únicas medidas que coloquei são as dos cortes/dobragens para as abas da capa. As restantes terão de ser conseguidas a partir das medidas de uma cartolina, que variam sempre em alguns milímetros.

A capa é simples: implica apenas o traçar das medidas na cartolina, traçar as linhas de corte e dobragem, fazer os cortes e dobragens (aconselho x-actos) e colar as abas ao interior da capa. O resultado final é uma bolsa que guarda com facilidade os trabalhos dos alunos e o bloco A3.

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Sobre o rosto da capa aplicam-se o nome (estudo da letra) e o símbolo. Para reforçar, pode-se proteger as abas e as aplicações com papel autocolante transparente.

O Símbolo

Este é o trabalho que eu proponho com mais relutância aos meus alunos. Todos os professores são assim - têm alguma parte dos conteúdos da disciplina que prefeririam não ter de abordar. No meu caso, é o símbolo. Tenho esta relutância porque vivemos rodeados de símbolos, desde os que nos regulamentam na estrada às marcas estampadas nos objectos que nos rodeiam e nas roupas que vestimos. Torna-se difícil aos alunos ultrapassar as imagens icónicas que eles desejam e admiram e compreenderem a noção do que é um símbolo, nesta fase como algo mais pessoal. Por outro lado, é precisamente por causa dessa preponderância de imagens icónicas na vida contemporânea que é importante falar dos símbolos, dando assim algumas armas aos alunos para que eles sejam capazes de desconstruir a iconografia que lhes é suavemente imposta pelos gabinetes de marketing das empresas.

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A primeira fase do trabalho é uma conversa em que são exploradas as noções de símbolo (imagem de marca e de identidade ), sinal (imagem que transmite uma informação uniforme baseada num código comum a todos), indício (imagens que sugerem uma acção ou acontecimento) e ícone (imagem muito simplificada para que se perceba rápidamente o que se quer comunicar). É aqui que se aborda a importância económica dos logotipos (uma forma de símbolo), através da consciêncialização de que um mesmo objecto pode ser apelativo ou não, dependendo do logotipo que tiver. Os símbolos são importantes afirmações sobre estilos de vida e filosofias pessoais, e o usar um símbolo transmite sobre nós num relance muita informação sobre como somos e quem somos. Como trabalho de consolidação, os alunos podem fazer uma recolha em jornais e revistas de símbolos variados, desde os logotipos de marcas aos símbolos de clubes de futebol ou de signos astrológicos.

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A segunda fase do trabalho consiste no esboçar de ideias para símbolos. Aos alunos são dados dois caminhos possíveis. Em primeiro lugar, pode-se optar pela criação de um desenho simples através de uma exploração dos seus gostos e desejos (o aluno que gosta de ler, de computadores e de jogar à bola pode criar um símbolo que conjugue esses elementos visuais). Se o aluno tiver dificuldades em trabalhar a partir da primeira sugestão, pode pegar nas primeiras letras do seu nome, conjugando-as com linhas e cores para criar um símbolo a partir desses elementos.

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A terceira fase do trabalho é um estudo das cores possíveis para o símbolo. Após o aluno ter criado a imagem que pretende que seja o seu símbolo, deverá estudar diversas alternativas e combinações de cores, para escolher a mais eficaz.

Para terminar, os alunos realizam em folha A4 uma esquadria simples de 1 cm. Sobre essa folha de projecto, desenham por uma última vez o seu símbolo final, tendo em atenção dois pormenores: o símbolo tem de estar centrado na folha, e o tamanho do símbolo deve aproveitar bem o espaço da folha de trabalho (tendo em conta, claro, as características visuais do símbolo).

Tuesday, October 25, 2005

Estudo da Letra II

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Para terminar o estudo da letra, os alunso rentabilizam as novas tecnologias. Se os exercícios manuais estimulam a motricidade fina, e alguma criatividade gráfica, frente ao computador o exercício torna-se num estímulo de descoberta criativa.

Para fugir à ditadura do que já existe, os alunos não utilizam os programas a que já estão habituados (como o Microsoft Word). O objectivo aqui é estimular a descoberta e não produzir textos. Assim, coloco os alunos frente ao Adobe Photoshop.

O Photoshop é um programa complexo, que oferece multiplas funcionalidades de nível profissional. Como estou a introduzir alunos de quinto e sexto ano ao programa, não me interessa uma exploração exaustiva das suas capacidades. As noções que abordo, quando coloco os alunos frente ao interface do photoshop, são um reconhecimento das ferramentas, com especial incidência à ferramenta Type e à ferramenta Move, um reconhecimento das paletas de cor e estilos, e um reconhecimento das layers (camadas).

O segundo passo está em demonstrar como os alunos podem escrever, usando a ferramenta Type e alterando o tipo de letra e o corpo de letra à sua vontade. Mostrar que o Photoshop permite que a letra tenha até 999 pontos de corpo costuma produzir exclamações de surpresa por parte dos alunos. O conceito-chave é explorar diferentes tamanhos e tipos de letra.

Em seguida, tendo os alunos escrito o seu nome em duas layers diferentes, uma vez a preto e outra numa cor à escolha, o desafio está em experimentar filtros sobre a letra a preto. Costumo apostar nos filtros de desfocagem (blur) e distorção (distort). É explicado aos alunos que devem explorar à sua vontade, e que sempre que não gostem do resultado devem recorrer ao comando edit->undo, ou à combinação de teclas Ctrl+Z.

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O último passo está na composição de uma imagem final com os efeitos obtidos, que poderá passar pela sobreposição da layer com o nome a cores sobre o resultado dos filtros, ou uma exploração dos estilos pré definidos, que se podem aplicar simplesmente clicando nos ícones disponíveis no separador Styles, na paleta das cores.

A seguir é só imprimir, recortar e colar na capa de trabalhos.